– Trigêmeos?

– Não, não são trigêmeos! – respondeu o médico, num tom cortante. – Ora essa, você que vá ver por conta própria. E arranje um outro médico. Eu trouxe você ao mundo, meu jovem, e sou o médico da família faz quarenta anos, mas já chega! Nunca mais quero ver você ou qualquer um dos seus parentes! Adeus!

Então virou-se com rispidez e, sem qualquer outra palavra, entrou no seu faetonte, que o esperava junto ao meio-fio, e foi embora com grande severidade.

O sr. Button ficou ali parado na calçada, estupefato e tremendo da cabeça aos pés. Que desventura horrível acontecera? Ele tinha perdido, de repente, todo e qualquer desejo de ingressar no Hospital Particular de Maryland para Damas e Cavalheiros – foi com grande dificuldade que, um momento depois, forçou-se a subir a escadaria e entrar pela porta da frente.

Uma enfermeira estava sentada atrás de uma mesa na penumbra opaca do saguão. Engolindo sua vergonha, o sr. Button aproximou-se dela.

– Bom dia – ela comentou, levantando a cabeça com um olhar simpático.

– Bom dia. Eu... eu sou o sr. Button.

Diante disso, uma expressão de absoluto terror alastrou-se pelo rosto da garota. Ela colocou-se de pé e pareceu estar prestes a sair voando do saguão, contendo-se apenas com uma dificuldade muitíssimo aparente.

– Quero ver a minha criança – disse o sr. Button.

A enfermeira deu um pequeno grito.

– Ah... é claro! – ela exclamou, histericamente. – No andar de cima. Bem no andar de cima. É só... subir!

Ela indicou a direção, e o sr. Button, banhado em fria transpiração, girou o corpo, vacilante, e começou a subir para o segundo andar. No saguão superior ele abordou uma outra enfermeira, que se aproximou segurando uma bacia.

– Eu sou o sr. Button – conseguiu articular. – Quero ver a minha...

Tum! A bacia caiu retinindo no piso e rolou na direção da escada. Tum! Tum! O recipiente perdido iniciou uma descida metódica, como se compartilhasse do terror geral que aquele cavalheiro provocava.

– Quero ver a minha criança! – o sr. Button quase berrou; ele beirava um colapso.

Tum! A bacia chegou ao primeiro andar. A enfermeira recuperou o autocontrole e lançou ao sr. Button um olhar de vigoroso desprezo.

– Pois bem, sr. Button – ela concordou, com uma voz abafada. – Muito bem! Mas se o senhor fizesse alguma ideia do estado em que todos nós ficamos, nesta manhã, por causa disso! É simplesmente ultrajante! O hospital nunca mais vai ter sequer a sombra de uma reputação depois...

– Depressa! – ele exclamou roucamente. – Não aguento mais isso!

– Então venha por aqui, sr. Button.

O sr.