At least, good women have not. She said that he was very earnest, and had a beautiful nature. I at once pictured to myself a creature with spectacles and lank hair, horridly freckled, and tramping about on huge feet. I wish I had known it was your friend.”
“I am very glad you didn’t, Harry.”
“Why?”
“I don’t want you to meet him.”
“Mr. Dorian Gray is in the studio, sir,” said the butler, coming into the garden.
“You must introduce me now,” cried Lord Henry, laughing.
Basil Hallward turned to the servant, who stood blinking in the sunlight. “Ask Mr. Gray to wait, Parker: I will be in in a few moments.” The man bowed, and went up the walk.
Then he looked at Lord Henry. “Dorian Gray is my dearest friend,” he said. “He has a simple and a beautiful nature. Your aunt was quite right in what she said of him. Don’t spoil him for me. Don’t try to influence him. Your influence would be bad. The world is wide, and has many marvellous people in it. Don’t take away from me the one person that makes life absolutely lovely to me, and that gives to my art whatever wonder or charm it possesses. Mind, Harry, I trust you.” He spoke very slowly, and the words seemed wrung out of him almost against his will.
“What nonsense you talk!” said Lord Henry, smiling, and, taking Hallward by the arm, he almost led him into the house.
CAPÍTULO I
O estúdio[1] estava impregnado do rico odor das rosas, e quando a leve brisa de verão agitava suavemente as árvores do jardim entrava pela porta aberta o forte aroma dos lilases, ou o perfume mais delicado do espinheiro-rosa[2].
Do canto de um divã persa de grandes almofadas sobre o qual estava recostado, fumando, como de costume, inúmeros cigarros, lorde Henry Wolton apenas conseguia captar um vislumbre das flores adocicadas e coloridas como o mel de um codesso-dos-alpes, cujos trêmulos ramos dificilmente pareciam capazes de sustentar o fardo de uma beleza tão ardente quanto às delas[3]; e vez ou outra, as fantásticas sombras dos pássaros em voo que esvoaçavam por trás do grande cortinado de seda asiática estendido diante da enorme janela, produziam um efeito japonês momentâneo, fazendo-o lembrar daqueles pintores de rostos pálidos e da cor de jade que, em uma arte que é necessariamente sem movimento, procuram transmitir a sensação de velocidade e de movimento. O triste murmúrio das abelhas que abriam caminho por entre a longa relva crescida ou que circundavam com uma monótona insistência as hastes emolduradas de preto dos pés-de-malva de início de junho, parecia tornar o silêncio mais opressivo e os indistintos rugidos de Londres soavam como a nota melancólica de um órgão distante.
No centro da sala, fixado a um cavalete perpendicular, estava o retrato de corpo inteiro de um jovem homem de extraordinária beleza pessoal e, diante dele, um pouco afastado, sentava-se o próprio artista, Basil Hallward, cujo súbito desaparecimento, há alguns anos, causou à época uma grande agitação pública e deu origem a tantas conjecturas estranhas.
Enquanto ele olhava para a figura graciosa e agradável que havia refletido em sua arte com tanta habilidade, um sorriso de prazer cruzou seu rosto, parecendo demorar-se ali. Mas ele de repente teve um sobressalto e, fechando os olhos, pôs os dedos sobre as pálpebras, como se buscasse aprisionar dentro do cérebro algum sonho curioso do qual receava despertar.
“É o seu melhor trabalho, Basil, a melhor coisa que você já fez”, disse lorde Henry, languidamente. “Você com certeza deve enviá-lo a Grosvenor[4] no ano que vem. A Academia é muito grande e por demais vulgar. Grosvenor é o lugar certo.”
“Não penso em encaminhá-lo para lugar nenhum”, ele respondeu, lançando sua cabeça para trás naquele modo estranho que costumava fazer seus amigos rirem dele em Oxford. “Não: não vou encaminhá-lo para lugar nenhum.”
Lorde Henry ergueu as sobrancelhas e olhou para ele espantado através das finas espirais de fumaça que se desprendiam em círculos fantásticos do seu forte cigarro maculado de ópio. “Não vai mandá-lo a lugar algum? Meu caro amigo, por quê? Tem algum motivo? Que sujeitos estranhos são vocês, os pintores! Fazem qualquer coisa no mundo para adquirir uma reputação. Assim que a conseguem, parecem querer jogá-la fora. É tolice de sua parte, pois só há uma coisa no mundo pior do que ser falado, que é não ser falado.
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