A máquina do tempo: edição comentada (Clássicos Zahar)
H.G. Wells
A MÁQUINA DO TEMPO
UMA INVENÇÃO
edição comentada
Tradução, apresentação e notas:
Adriano Scandolara
SUMÁRIO
-
Capa
-
Sumário
-
Apresentação
por Adriano Scandolara
-
A MÁQUINA DO TEMPO
-
1. Introdução
-
2. A máquina
-
3. O Viajante do Tempo retorna
-
4. Viagem no tempo
-
5. Na Idade de Ouro
-
6. O crepúsculo da humanidade
-
7. Um choque súbito
-
8. Explicação
-
9. Os Morlocks
-
10. Quando a noite chegou
-
11. O Palácio de Porcelana Verde
-
12. Na escuridão
-
13. A cilada da Esnge Branca
-
14. A visão distante
-
15. O retorno do Viajante do Tempo
-
16. Depois da história
-
Epílogo
-
Anexos
-
“Os Argonautas Crônicos”
-
“A visão distante” como publicado originalmente na New Review (maio de 1895)
-
Cronologia: vida e obra de H.G. Wells
-
Copyright
Landmarks
-
Capa
-
Copyright
-
Sumário
-
Folha de rosto
List of Pages
- 1
- 2
- 3
- 4
- 5
- 6
- 7
- 8
- 9
- 10
- 11
- 12
- 13
- 14
- 15
- 16
- 17
- 18
- 19
- 20
- 21
- 22
- 23
- 24
- 25
- 26
- 27
- 28
- 29
- 30
- 31
- 32
- 33
- 34
- 35
- 36
- 37
- 38
- 39
- 40
- 41
- 42
- 43
- 44
- 45
- 46
- 47
- 48
- 49
- 50
- 51
- 52
- 53
- 54
- 55
- 56
- 57
- 58
- 59
- 60
- 61
- 62
- 63
- 64
- 65
- 66
- 67
- 68
- 69
- 70
- 71
- 72
- 73
- 74
- 75
- 76
- 77
- 78
- 79
- 80
- 81
- 82
- 83
- 84
- 85
- 86
- 87
- 88
- 89
- 90
- 91
- 92
- 93
- 94
- 95
- 96
- 97
- 98
- 99
- 100
- 101
- 102
- 103
- 104
- 105
- 106
- 107
- 108
- 109
- 110
- 111
- 112
- 113
- 114
- 115
- 116
- 117
- 118
- 119
- 120
- 121
- 122
- 123
- 124
- 125
- 126
- 127
- 128
- 129
- 130
- 131
- 132
- 133
- 134
- 135
- 136
- 137
- 138
- 139
- 140
- 141
- 142
- 143
- 144
- 145
- 146
- 147
- 148
- 149
- 150
- 151
- 152
- 153
- 154
- 155
- 156
- 157
- 158
- 159
- 160
- 161
- 162
- 163
- 164
- 165
- 166
- 167
- 168
- 169
- 170
- 171
- 172
- 173
- 174
- 175
- 176
- 177
- 178
- 179
- 180
- 181
- 182
- 183
- 184
- 185
- 186
- 187
- 188
- 189
- 190
- 191
- 192
- 193
- 194
- 195
- 196
- 197
APRESENTAÇÃO
Ciência e literatura nos anos de formação
A ficção científica é um tipo de narrativa já muito bem instaurado em nossa cultura popular e, para qualquer um que tenha interesse na história do gênero, é fascinante observar como ele se desenvolve no século XIX e assume a forma que conhecemos hoje.1 Se com Mary Shelley temos um tipo de ficção científica marcada pela atmosfera mórbida do horror gótico que tanto agradava aos românticos, e em Jules Verne encontramos uma obra influenciada ao mesmo tempo pela literatura de viagem e pelos periódicos científicos da época, é H.G. Wells quem, pela primeira vez, mergulha de forma mais profunda na dimensão mais propriamente científica do gênero — o padrinho, portanto, de toda uma leva de romancistas cientistas, como Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Alice Sheldon, Mary Doria Russell e Carl Sagan.
Herbert George Wells nasce em 21 de setembro de 1866 na cidade de Bromley, condado de Kent, região sudeste da Inglaterra.2 Seu pai, Joseph Wells, era jardineiro e jogador profissional de críquete; sua mãe, Sarah Neal, ex-empregada doméstica. O casal possuía um pequeno estabelecimento comercial, comprado com dinheiro recebido de herança, que vendia itens de porcelana e acessórios esportivos. A loja, no entanto, dava pouquíssimo lucro. Apesar de oficialmente pertencer à classe média, a família acabaria passando por muitas dificuldades financeiras ao longo da vida. Joseph complementava a renda com o que ganhava jogando críquete, mas era um rendimento que vinha em intervalos irregulares, e isso apenas até 1877, quando ele se viu obrigado a abandonar a carreira esportiva, após fraturar o fêmur.
O quarto e último filho do casal, Herbert George, ou “Bertie”, como era chamado em casa, teria puxado ao pai, tanto fisicamente quanto no tocante à personalidade. Sua mãe era protestante e profundamente religiosa, uma alma sofrida e marcada pela vida de privações, perdas e dificuldades — perdas como a de sua filha Fanny, que havia morrido aos nove anos de idade apenas dois anos antes de H.G. nascer —, buscando na religião algo a que se prender no mundo das constantes mudanças sociais do final do XIX. Por mais que a amasse, porém, H.G. nunca teve pendor para a religião.
1 comment