— Graça, Gravata, Gramática. . . — exemplificou Pedrinho.

— Isso mesmo aprovou Quindim. — Também o M e o U gostam de formar a Sílaba Mu, que entra em muitas palavras.

— Muro, Mudo, Mudança. . . — sugeriu a menina.

— Isso mesmo — repetiu Quindim. — E reparem que em cada palavra há uma Sílaba mais emproada e importante que as outras pelo fato de ser a depositária do ACENTO TÔNICO. Essa Sílaba chama-se a TÔNICA.

— O mesmo nome da mãe de Pedrinho!... — observou Emília arregalando os olhos.

— Não, boba. Mamãe chama-se Tônica e o rinoceronte está

falando em Sílaba Tônica. É muito diferente.

— Perfeitamente — confirmou Quindim. — No nome de Dona Tônica a Sílaba Tônica é Ni; e na palavra que eu disse a Sílaba Tônica é

o To. E na palavra Pedrinho, qual é a Tônica?

— Dri — responderam todos a um tempo.

— Isso mesmo. Mas os senhores gramáticos são uns sujeitos amigos de nomenclaturas rebarbativas, dessas que deixam as crianças velhas antes do tempo. Por isso dividem as palavras em OXÍTONAS, PAROXÍTONAS e PROPAROXÍTONAS, conforme trazem o Acento Tônico na última Sílaba, na penúltima ou na antepenúltima.

— Nossa Senhora! Que "luxo asiático"! — exclamou Emília. —

Bastava dizer que o tal acento cai na última, na penúltima ou na antepenúltima. Dava na mesma e não enchia a cabeça da gente de tantos nomes feios. Proparoxítona! Só mesmo dando com um gato morto em cima até o rinoceronte miar. ..

— E há mais ainda — disse Quindim.