O Retrato de Dorian Gray - The Picture of Dorian Gray (edição bilíngue)

COPYRIGHT 2012 BY EDITORA LANDMARK LTDA.

Introdução

Prefácio

O RETRATO DE DORIAN GRAY

Capítulo I

CAPÍTULO 2

CAPÍTULO 3

CAPÍTULO 4

CAPÍTULO 5

CAPÍTULO 6

CAPÍTULO 7

CAPÍTULO 8

CAPÍTULO 9

CAPÍTULO 10

CAPÍTULO 11

CAPÍTULO 12

CAPÍTULO 13

THE PICTURE OF DORIAN GRAY

PREFACE

CHAPTER 1

CHAPTER 2

CHAPTER 3

CHAPTER 4

CHAPTER 5

CHAPTER 6

CHAPTER 7

CHAPTER 8

CHAPTER 9

CHAPTER 10

CHAPTER 11

CHAPTER 12

CHAPTER 13

Oscar Wilde

OSCAR WILDE

O RETRATO DE DORIAN GRAY

THE PICTURE OF DORIAN GRAY

EDIÇÃO BILÍNGUE

LANDMARK LOGOTIPO epub

EDITORA LANDMARK

2012

COPYRIGHT BY EDITORA LANDMARK LTDA.

PRIMEIRA EDIÇÃO: THE PICTURE OF DORIAN GRAY, LIPPINCOTT’S MONTHLY MAGAZINE, 20 DE JUNHO DE 1890

DIRETOR EDITORIAL: FABIO CYRINO

TRADUÇÃO E NOTAS: MARCELLA FURTADO

REVISÃO E ADEQUAÇÃO ORTOGRÁFICA: FRANCISCO DE FREITAS

DIAGRAMAÇÃO E CAPA: ARQUÉTIPO DESIGN+COMUNICAÇÃO


DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

(CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO, CBL, SÃO PAULO, BRASIL )

WILDE, OSCAR (1854-1900)

O RETRATO DE DORIAN GRAY

- THE PICTURE OF DORIAN GRAY /

OSCAR WILDE; {TRADUÇÃO E NOTAS MARCELLA FURTADO}

- - SÃO PAULO: EDITORA LANDMARK, 2012.

TÍTULO ORIGINAL: THE PICTURE OF DORIAN GRAY

EDIÇÃO BILÍNGUE: PORTUGUÊS / INGLÊS

ISBN 978-85-8070-018-3

E-ISBN 978-85-88781-90-0

1. FICÇÃO INGLESA. I. TÍTULO. II. TÍTULO : THE PICTURE OF DORIAN GRAY

12-01112 / CDD: 823

ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO:

1. FICÇÃO INGLESA: LITERATURA INGLESA 823


TEXTOS ORIGINAIS EM INGLÊS DE DOMÍNIO PÚBLICO.

TEXTOS ORIGINAIS EM INGLÊS DE DOMÍNIO PÚBLICO. RESERVADOS TODOS OS DIREITOS DESTA TRADUÇÃO E PRODUÇÃO.

NENHUMA PARTE DESTA OBRA PODERÁ SER REPRODUZIDA ATRAVÉS DE QUALQUER MÉTODO, NEM SER DISTRIBUÍDA E/OU ARMAZENADA EM SEU TODO, OU EM PARTES, ATRAVÉS DE MEIOS ELETRÔNICOS, SEM PERMISSÃO EXPRESSA DA EDITORA LANDMARK, CONFORME LEI N° 9610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.


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2012

Introdução

A versão apresentada nesta edição é uma versão bilíngue da primeira publicação impressa pela “Lippincott’s Monthly Magazine” e escrita por Oscar Wilde, em 1890, sem as alterações inseridas na versão inglesa de 1891.

“O Retrato de Dorian Gray” é o único romance produzido por Oscar Wilde, escrito inicialmente para uma revista literária norte-americana, a “Lippincott’s Monthly Magazine”, em 1890. Oscar Wilde já era muito conhecido do público norte-americano desde 1882 quando foi convidado para ir aos Estados Unidos da América e palestrar sobre o recém criado movimento do Esteticismo, uma vez que se tornara o principal divulgador das ideias de renovação artística.

As bases do Esteticismo foram desenvolvidas principalmente por Walter Pater, professor de Estética da Universidade de Oxford, cuja obra “Studies in the History of the Renaissance”, de 1873, influenciaria toda uma geração de escritores, pintores e artistas, entre eles o próprio Wilde. O movimento defendia o ‘belo’ como única solução contra tudo o que considerava denegrir a sociedade da época, onde em suas manifestações mais fortes, os valores estéticos têm predominância sobre todos os demais aspectos da vida, numa atitude elitista em relação à arte. Esse movimento, que contava com grande influência sobre toda uma nova geração de intelectuais e artistas britânicos, visava transformar o tradicionalismo na época vitoriana, dando um tom de vanguarda às artes. Além de Wilde, seus principais representantes eram os pintores pré-rafaelistas, Dante Gabriel Rossetti, Edward Burne-Jones, além de James Whistler e os teóricos John Ruskin e William Morris.

Oscar Wilde conquistou sua fama através de suas obras para o teatro e o modo escolhido de expressão literária foi a sátira de costumes, uma forma que lhe permitia exibir seu estilo e suas crenças estéticas, bem como seu domínio sofisticado sobre a vida intelectual e a literatura de sua época. É inegável a presença da sátira na maioria de suas peças, entretanto não se pode deixar de observar a extensão pelo qual o Esteticismo moldou a estrutura dramática bem como os temas de suas obras. Wilde defendia amplamente através de sua produção as teses do movimento: a função primordial da arte seria a de criar beleza e harmonia, e não apresentar de forma principal uma mensagem social ou moral. Frequentemente, citava uma máxima proferida pelo poeta do romantismo inglês, John Keats (1795-1821) – “A Beleza corresponde à Verdade e a Verdade é bela” – como sendo o marco inicial do movimento estético, um verdadeiro renascimento das artes na Inglaterra. A oportunidade de construir o movimento estético precisamente e combiná-lo com os grande temas sociais, levou Wilde a enveredar pelo drama.

Em 1889, J. M. Stoddart, um dos sócios da Lippincott, se encontrava em Londres para coletar e contratar pequenos romances e contos para serem publicados em sua revista. Na ocasião, conheceu pessoalmente Wilde e lhe encomendou uma obra que retratasse o pensamento do Esteticismo. Segundo o biógrafo Philippe Julian, em sua obra “Oscar Wilde”, Wilde desenvolveu a trama de “O Retrato de Dorian Gray” a partir de um acontecimento verdadeiro ocorrido com o escritor alguns anos antes: por volta de 1884, Oscar Wilde foi convidado ao estúdio do pintor Basil Ward, onde o mesmo estava finalizando uma pintura de um jovem modelo. Quando a obra foi finalmente completada, Wilde teria dito: “é uma pena que tal gloriosa criatura um dia envelheça”. O pintor concordou com sua opinião, respondendo “seria maravilhoso se ele pudesse permanecer exatamente como ele é; a imagem do quadro é que deveria ganhar as marcas do tempo”. Valendo-se desse acontecimento, Wilde desenvolveu um pequeno romance que retratava alguns dos conceitos desenvolvidos pelo movimento e apresentava uma história unida aos conceitos da vida dupla, publicado na edição da revista literária norte-americana em 20 de junho de 1890.

O Esteticismo é um dos temas mais fortes no romance, bem como a visão de uma vida dupla empreendida pelo personagem principal, Dorian Gray: apesar de ser um adepto do hedonismo, Gray mantém um certo conservadorismo externo diante da sociedade vitoriana da qual faz parte, ao mesmo tempo em que desfruta de uma terrível aproximação das sensações apresentadas por sua vida dupla da qual não consegue se afastar. Gray, por exemplo, comparece às reuniões da sociedade londrina apenas algumas horas após ter cometido um dos seus inúmeros assassinatos.

Esta duplicidade e indulgência são mais evidentes na descrição das inúmeras visitas de Gray aos bairros empobrecidos das classes baixas de Londres, demonstrando as diferenças e os conflitos existentes em uma cidade em constante transformação econômica e social. Através de lorde Henry Wotton, Wilde apresenta uma visão da burguesia inglesa sobre as classes menos favorecidas: “o crime pertence exclusivamente às ordens mais baixas, e imagino que o crime represente para elas o mesmo que a arte é para nós, simplesmente um método de busca de sensações extraordinárias”. A partir disso, Wilde demonstra que Gray é a síntese entre o criminoso e o esteta, o ponto de encontro entre as várias classes sociais que coexistem na Inglaterra dos finais do século 19. Este tema acaba por ser recorrente em toda a literatura gótica ao longo daquele século, onde “O Retrato de Dorian Gray” é um dos seus últimos representantes.

De certo modo, a trama desenvolvida por Wilde acaba por se referir a um outro romance contemporâneo seu, de autoria do escritor escocês Robert Louis Stevenson – “O Estranho Caso do Doutor Jekyll e do Senhor Hyde”: o que neste último é demonstrado como sendo uma divisão intrínseca à personalidade humana, e com isso a busca primordial dos ensaios científicos da personagem Henry Jekyll, em “Dorian Gray”, Wilde apresenta através da personagem principal como essas duas partes divergentes de sua personalidade tentam coexistir. Gray chega a comentar que apesar das aparências, cada um de nós possui em si mesmo, um pouco do Céu e do Inferno. Devido a essa observação e outras ao longo do romance, Wilde foi acusado de ser um mero compilador de estilos e conteúdos, empregando livremente opiniões, personagens e características de outros autores, como Honoré de Balzac, Robert Louis Stevenson, Edgard Allan Poe e Arthur Conan Doyle.

O romance ampliado foi publicado no ano seguinte, em abril de 1891, pela casa editorial inglesa “Ward, Lock and Bowden Company”; nesta versão, Wilde ampliou os treze capítulos originais passando para vinte, em virtude de uma série de exigências que os editores ingleses realizaram no sentido de se suavizar a trama, sem contudo perder o foco principal da história: Wilde inseriu quatro novos capítulos – os capítulos 3, 5, 15 e 18 da versão de 1891 – e dividiu o capítulo 13 da versão de 1890, em dois.

As mudanças mais profundas foram no sentido de se “abrandar” a influência negativa de lorde Henry sobre Gray, bem como alguns aspectos das relações entre os personagens ao longo da trama.