como faz isso... não sei. Entrego os pontos.

— É isso mesmo — disse a Voz. — Sou invisível. Quero que entenda isso.

— Qualquer um pode ver isso. Não precisa ser tão impaciente, mister. Muito bem, me dê uma pista. Como faz para se esconder?

— Eu sou invisível. Essa é a grande questão. E o que eu quero que compreenda é isso...

— Mas onde? — perguntou o sr. Marvel.

— Estou aqui. Seis metros à sua frente.

— Ah, que é isso. Eu não sou cego. Daqui a pouco vai me dizer que é feito de ar. Eu não sou um desses vagabundos ignorantes...

— Sim, é isso que eu sou. Feito de ar. Você está olhando através de mim.

— O quê!? Quer dizer então que você é feito de nada. Vox et... Como é mesmo?7

— Eu sou apenas um ser humano, uma pessoa sólida, que precisa de comida e bebida, precisa de abrigo... Mas sou invisível. Percebe? Invisível. Uma ideia muito simples. Invisível.

— Mas é real?

— Sim, real.

— Então me estenda sua mão — disse Marvel — para eu ver se é real mesmo. Assim não vai ficar tão estranho, se... Meu Deus!!! Me assustou, me agarrando desse jeito!

Ele sentiu que uma mão se cerrava sobre seu pulso com dedos invisíveis, e os seus próprios dedos exploraram timidamente o braço, depois apalparam um torso musculoso, e em seguida exploraram um rosto barbudo. O rosto de Marvel era uma estupefação total.

— Diabos! — exclamou ele. — Isso é melhor do que briga de galos. Extraordinário! E eu estou vendo um coelho através de você, a um quilômetro daqui... E de você não se avista nada, exceto...

Ele examinou com cuidado o espaço aparentemente vazio à sua frente.

— Por acaso você andou comendo pão e queijo? — perguntou, ainda segurando o braço invisível.

— Tem razão. Ainda não foi assimilado pelo meu metabolismo.

— Ah! — exclamou o sr. Marvel.