No meio da sala havia duas mesas quadradas encostadas uma na outra, e em cima delas a Tia Julia e a zeladora estavam estendendo e alisando uma grande toalha de mesa. No aparador estavam dispostos pratos e travessas, copos e conjuntos de garfos e facas e colheres. O tampo do piano de mesa também fazia as vezes de aparador para os doces e quitutes. Junto a um aparador menor em um dos cantos, dois homens estavam de pé, tomando bíter de lúpulo.

O sr. Browne levou as companheiras até lá e, para fazer graça, convidou-as a beber um ponche feito especialmente para as damas — quente, doce e forte. Quando elas explicaram que nunca tomavam nada muito forte o sr. Browne abriu três garrafas de refrigerante. Pediu licença a um dos jovens e, depois de pegar o decantador, serviu uma dose de uísque reforçada para si mesmo. Os jovens lançaram-lhe um olhar respeitoso quando tomou o primeiro gole.

— Deus me ajude, disse com um sorriso, é uma recomendação médica!

O rosto enrugado abriu um sorriso ainda mais largo, e as três jovens riram com um eco musical ao ouvir o gracejo, gingando os corpos de um lado para o outro com as convulsões nervosas dos ombros. A mais atrevida disse:

— Ah, sr. Browne, eu tenho certeza que o seu médico não recomendou nada parecido!

O sr. Browne tomou mais um gole de uísque e disse, com uma discreta imitação:

— Bem, como a senhorita pode ver, eu sou como a famosa sra. Cassidy, que certa vez teria dito: Mary Grimes, se eu não beber, faça-me beber, porque sinto que eu quero.

Logo estendeu o rosto vermelho para frente com uma confiança exagerada e passou a falar com um carregado sotaque dublinense, de modo que as jovens, por instinto, receberam o comentário em silêncio. A srta. Furlong, uma das alunas de Mary Jane, perguntou à srta. Daly qual era o nome da bela valsa que havia tocado; e o sr. Browne, ao ver que estava sendo ignorado, voltou a atenção aos dois jovens que pareciam mais interessados.

Uma jovem de rosto vermelho, trajada de violeta, entrou na sala, batendo as mãos com empolgação e gritando:

— Quadrilhas! Quadrilhas!

Logo atrás veio a Tia Kate, gritando:

— Dois cavalheiros e três damas, Mary Jane!

— Ah, aqui estão o sr. Bergin e o sr. Kerrigan, disse Mary Jane. Sr. Kerrigan, o senhor pode dançar com a srta. Power? Srta. Furlong, aqui está o seu parceiro, o sr. Bergin. Ah, agora sim.

— Três damas, Mary Jane, repetiu a Tia Kate.

Os dois jovens cavalheiros perguntaram às damas se poderiam ter a honra, e Mary Jane virou-se para a srta. Daly.

— Ah, srta. Daly, foi muita gentileza sua tocar as últimas duas danças, mas hoje as damas estão em falta!

— Para mim foi um prazer, sra. Morkan.

— Mas agora eu arranjei um parceiro para a senhorita: o sr. Bartell D’Arcy, o tenor. Mais tarde ele vai cantar para nós.