Young esteve na sua sala?
— Ah, sim, frequentemente. Lamento que estejam falando sobre Marian. Para mim, isso é muito desagradável. Mas o que uma mulher doente pode fazer?
— Bem — disse Stephen —, com isso cuidamos do Sr. Young. E agora vamos ao Sr. King.
— O Sr. King voltou para casa. É uma pena que um dia tenha vindo aqui.
— Em que sentido?
— Ah, é um tolo. Não compreende as jovens.
— A meu ver — disse Stephen —, ele pode ser muito inteligente sem jamais conseguir isso.
— Há apenas o fato de que Marian não se mostrou ponderada. Ela só queria ser amável, porém foi longe demais. Tornou-se adorável. Quando se deu conta, já se considerava comprometido com ela.
— Ele é bonito?
— Razoavelmente.
— E rico?
— Muito rico, acho.
— E a outra parte?
— De quem está falando? Marian?
— Não, não; seu amigo, Young.
— Ele é bem bonito.
— E rico também?
— Sim, acredito que também seja rico.
Baxter ficou em silêncio por um momento. — E não resta dúvida — retomou — de que ambos estão fora do caminho?
— Só posso responder pelo Sr. King.
— Bem, vou responder pelo Sr. Young. Sua mãe não falaria daquele modo a não ser que tivesse visto seu filho sofrer. Afinal, isso não depõe tanto contra Marian. Temos aqui dois belos jovens milionários duramente castigados. Ela rejeita a ambos. Ela não se importa com boa aparência ou dinheiro.
— Não diria isso — comentou a Sra. Denbigh com sagacidade. — Ela não se importa só com essas coisas. Ela deseja talento e todo o resto. Agora, se pelo menos você fosse rico, Stephen — acrescentou a senhora, de modo inocente.
Baxter pegou seu chapéu. — Quando quiser casar a Srta. Marian — disse —, deve ter o cuidado de evitar falar muito do Sr. King e do Sr. Young.
Dois dias depois desse encontro, ele manteve uma conversa com a própria jovem em pessoa. O apreço do leitor por ele pode ter sofrido por ter sua confiança abalada com tanta facilidade, mas é um fato que tinha sido incapaz de encarar de modo leviano aquelas revelações feitas.
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